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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

De Sexta a Domingo – Lá e Aqui – De Volta ao Passado

Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa
Assistindo ao canal Multishow tive a real noção do tempo passado desde a primeira edição do Rock’n Rio, quanta água rolou de 1985 pra cá. Era um sonho dos nossos hippies ter um festival de rock no Brasil como o de Woodstock (👀acho que já falei sobre isso recentemente), mesmo que tardiamente, chegou. Pena que na mesma década o fantasma 👻 do HIV aportou também por estas praias. O mais estranho e triste é perceber o rumo que nossa história tomou.

Ditadura, Repressão, Diretas Já, Impeachment do Collor, Liberdade de Expressão... HIV, Globalização, Metalúrgico no Poder 👇(aqui), Negro no Poder 👉(), Corrupção numa proporção nunca antes vista neste país (ou nunca antes sabida, era sempre como dizia a música de Ney Matogrosso... 💃é por debaixo dos panos pra ninguém saber, é por debaixo dos panos...💃), Mulher no Poder (aqui), Klu Klux Klan colocando a cara no sol de novo (), Repressão Religiosa, Violência, Crise Financeira, Leilão da Amazônia, Cura Gay 🙈... Só sei dizer que nada sei, como bem disse uma velha e amada amiga: - “O mundo, infelizmente, caminha a passos largos na contramão da história”. Carla Romana.🙌

Timberlake_Shawn_Alicia
Voltando a 2017, principalmente a esta última semana, e tentando cristalizar o melhor desses dias: Rock in Rio = Atrações já bem conhecidas do público brasileiro, e novidades bem interessantes... Quem diria que um teenager (Shawn Mendes) iria cair-me melhor aos ouvidos que Timberlake (mesmo sendo um fofo, me desculpem os fãs, o show foi 😪moooorrrnnooo). E que faça valer a frase das bibas: Diva é Diva! Alicia MAN-DOU se fu... Cara lavada, carismática, politica e socialmente correta: O que foi dividir o palco com o Dream Team do Passinho?? Isso sem falar da qualidade musical (voz, composição, musicista etc. e tal) 👌👏. Vejamos o que ainda virá por aí...


Domingo ensolarado dia perfeito para visitar o CCJF e conhecer a exposição ‘Orixás: Quando o Mito Veste o Corpo’ - Idealizada por Margo Margot, a exposição traz fotografias de Daryan Dornelles e Stefano Martini, representando os principais deuses da mitologia yorubá, vai até 05/11 vale a conferência. Falando em deuses yorubanos... Metrô e calçadão de Copacabana lotados de gente de branco, não, não estou falando de réveillon, estou falando da 10ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.

Mara Ribeiro e Conceição Gomes
Ilé Aṣè Igi Gì Ójù Ọmim
Lindo ver tantas religiões reunidas e caminhando com o mesmo propósito: RESPEITO e DIREITO ADQUIRIDO! Eu particularmente estava muito feliz, juntei minhas várias nuances num mesmo lugar para um mesmo objetivo. Como jornalista, presenciando o desejo e união de pessoas de diferentes religiões professando e exigindo o seu direito de crer no que bem lhe prouver (inadmissível não ter a presença de um representante oficial do município e/ou o estado). Representando junto com Mara Ribeiro e Helena Francisco o Instituto Candaces, que tem como base estatutária apoiar e proteger toda forma de manifestação e preservação sócio-cultural-religiosa de matriz africana. E junto de minha família, o Ilé Aṣè Igi Gì Ójù Ọmim se fez presente como mais um elo para fortalecer esta corrente de fé e amor à natureza e ao próximo, em nossa casa não queremos nem desejamos ser TOLERADOS, exigimos sim, ser RESPEITADOS. A crença é individual, mas o direito é de TODOS.


Aṣè ὀ!

Assistam ao pequeno vídeo que captei da Caminhada no nosso canal do Youtube: https://youtu.be/sBzisAWWGRg

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Quando a Chuva Cair

Imagem: Pixabay
Mais uma vez peço licença ao Boss e aos meus companheiros aqui do blog, para uma divagação pessoal e intransferível, rs.

Com tantas opiniões e atitudes contrárias ao idealismo de Woodstock é difícil crer que ainda habito o mesmo planeta em que nasci. O idealismo Paz & Música da Era de Aquário celebrado por uma horda de jovens (estima-se que mais de meio milhão de pessoas foram ao festival) que esperavam e desejavam uma mudança radical de filosofia cultural, o festival demonstrou fielmente a ‘era da contracultura’ consumida e naturalizada até então.

A onda do paz & música de Woodstock chega em terras tupiniquins que vivia um regime ditatorial militar, e se naturalizou em Paz & Amor! Mesmo com os ‘milicos’ baixando o pau na galera do paz e amor, a vida cultural brasileira, principalmente na música, já tomava rumos gigantescos com a Tropicália. O tropicalismo de Gil, Caetano, Bethânia, Gal, Tom Zé, Mutantes e outros ganharam força expressiva à frente da então Bossa Nova. Claro que, com tanta opressão da ditadura militar acabou todo mundo preso e exilado.

Mesmo assim o lema Paz & Amor tomou conta do mundo, a defesa do amor livre, dos direitos iguais, do equilíbrio com a natureza foi cultuado ao extremo nos quatro cantos do mundo. Cada um com o seu conceito próprio de amor e liberdade, mas todo o planeta ousava em ser livre e promulgar seu direito de ser aceito e respeitado. EUA com os ‘Panteras Negras’ vivenciava a luta dos direitos raciais. A Tchecoslováquia e sua Primavera de Praga tentavam ‘deseSTAnilizar’ o país. Em Paris, uma greve geral que mobilizou 10 milhões de franceses em protesto ao governo de ‘De Gaulle’...

E a gente aqui sofrendo toda falta de sorte possível nos Anos de Chumbo. E no resto do mundo surgiam os hippies. O Oriente contribui para toda essa desconstrução com o Budismo e Hinduísmo. Musical Hair na Broadway. Godard e Truffaut com o cinema Nouvelle Vague...

Claro que não ficamos atrás, desconstruímos um regime ditatorial e opressor, estabelecemos o novo pensar e conquistamos a liberdade com o Tropicalismo, Festivais da Canção, Glauber Rocha, Oiticica, O Pasquim, Chico Buarque e sua ‘Roda Viva’... Uma ‘liberdade’ que hoje percebemos nunca ter existido, senão a teríamos agora mais fortalecida do que nunca.

No entanto, vemos uma ode ao Ódio e Racismo no Mundo. Ataques terroristas em Londres, Barcelona, Rússia, Filipinas, Quebec, Estocolmo... Isso sem falar em Charlotesville e BRAZILsville. Nunca foi tão incômodo para uma minoria (pelo andar da carruagem já duvido que sejam minoria) estúpida e ignorante, o OUTRO em sua composição. O que veste, o que come, o que ouve, com quem transa, a cor da pele, pra quem reza, se reza, a condição social... Tudo isso é passível de julgamento e condenação instantânea...

Confesso que em vários momentos assistir a esse filme de terror e péssima qualidade dá uma agonia, desesperança e apatia. Mas, como dizia minha sábia mãe: ‘Há sempre uma luz no fim do túnel, mesmo que seja uma ilusão de ótica, você foi até lá e viu, com isso o tempo passou, pode ser que no final do túnel não tenha um arco-íris, mas tem céu aberto, do céu vem água e água é a fonte da vida!’

Acredito que ela tenha razão, os últimos dias foram bem intensos, renovadores e curiosos. Perceber a falta de interesse de alguns com assuntos totalmente direcionados a esses mesmos alguns; a simplicidade de um café com bolo acompanhado de um bom papo sobre a vida com minha comadre ‘Izabé’, rs; o brilho nos olhos de uma amiga falando de seu futuro empreendimento; a dor da vida sendo vida que segue: Até um dia Maria!... Dois jovens que vi nascer, hoje adultos, falando com tanta maturidade, sensatez e conhecimento sobre assuntos até ontem, debatidos por intelectuais defasados, déspotas e preconceituosos...

Tudo isso me fez ver a luz no fim do túnel, ir até lá, olhar pro céu e esperar a chuva cair!