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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Agbára Dúdú

Por Conceição Gomes

Nebulosas - Foto do Galeria de Meteoritos.com
Queria escrever sobre tanta coisa, são tantos acontecimentos ao mesmo tempo, ou, um seguido de outro. Estamos sob o efeito dominó, então escrever sobre tudo pode ser muito exaustivo, não pelo conteúdo, não por preguiça, mas sim por não querer ser repetitiva.

Os fatos e atos se repetem desde o Big Bang, Adão e Eva no Éden, Biogênese ou qualquer outra teoria que (tente) explique a criação do mundo e nossa presença neste planeta.

O incontestável é a presença do homem sempre querendo subjugar seu semelhante, seja por condição social, geográfica ou étnica. Ao longo da história da humanidade esta luta é diária e inquebrantável.

Isto não significa que ficamos estáticos, evoluímos e muito desde o fogo e a roda. Entretanto, esta evolução aplica-se apenas ao que podemos manipular literalmente, a essência humana insiste e persiste em voltar ao seu ponto de partida.

Avançamos no que acreditamos ser ideal para uma sociedade, onde a individualidade sendo respeitada resultaria numa consciência coletiva também respeitada. Para tal, criamos constituições, leis e regras de conduta e as seguimos convictos que saímos da idade da pedra...

O tempo passa e em algum momento começamos a regredir nos pensamentos, convicções e ações. Assim travamos guerras provenientes de motivos múltiplos, porém, o objetivo é sempre o mesmo: PODER.

Somos a todo instante seduzidos por esta pequena palavra de significado incomensurável, segundo o dicionário, ou a sociologia, ou ainda, Foucault, Weber, Bourdieu.... Enfim, os significados vão de encontro aos múltiplos motivos que dão origem às guerras.

Li em algum lugar um significado, que particularmente traduz exatamente como vejo o enredo deste filme cult numa madrugada chuvosa de mais um domingo: ‘O poder se expressa nas diversas relações sociais, e onde existem relações de poder, existe política, e a política se expressa nas diversas formas de poder, deliberando, agindo, mandando ou impondo sua força’.

No andar da carruagem desta humanidade acho que vou esperar pelo próximo cometa e pegar uma carona para a via láctea, e com sorte brincar de esconde-esconde numa nebulosa e voltar pra casa num lindo balão azul.

P.S.: Aos curiosos sobre o título, este termo em ioruba significa Poder Negro ou Força Negra. O escolhi por causa de um provérbio iorubano que sigo como um mantra: Adánilóró f'agbára kọ́ni = Quem causa dor ou desgosto para uma pessoa, ensina ela a ser mais forte.
Moral: Depois de passar por humilhação ou situação desagradável, a pessoa aprende a ser mais poderosa e autossuficiente.