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terça-feira, 12 de julho de 2016

Cinelândia Sucumbe e Ferve nos Aplausos à Diva Lorna Washington!

Cine Odeon BR - Foto: Igor Mota
Cinelândia - Centro do Rio, local que já foi palco de muitas manifestações, na década de 80 os embates (por vezes, bem violento) entre pedetistas e pmdebistas eram uma constante, eu assistia tudo da varanda do escritório de advocacia em que trabalhava que era bem cima do famoso restaurante Amarelinho. Nesta mesma época, Lorna Washington despontava e brilhava no circuito gay da cidade (mais precisamente, na zona sul), e eu nem imaginava que décadas após, nossos caminhos se cruzariam no lançamento do filme ‘Lorna Washington – Sobrevivendo a Supostas Perdas’, na última sexta-feira (08/07), no Cine Odeon, na mesma Cinelândia de outrora. Coincidência ou não, o fato é que as manifestações de protesto continuam nas ruas ou em uma sala de cinema.
Lorna Washington
 Foto: Igor Mota 
Ícone do transformismo na cena gay carioca, Lorna Washington é conhecida por sua versatilidade, elegância e opiniões polêmicas. A militância na luta contra o preconceito e na conscientização sobre o HIV também a levaram na Câmara dos Deputados do RJ para receber uma homenagem. Quando os holofotes se apagam, as câmeras revelam uma rotina menos glamorosa. Lorna mora num conjunto habitacional, pega transporte coletivo para trabalhar no circuito de saunas e (algumas remanescentes) boates, além de ter que contornar um problema de saúde que a levou a abandonar os saltos, mas nunca o rebolado.
Lorna Washington – Sobrevivendo a Supostas Perdas é um documentário sobre um artista que criou uma nova forma de diversão e interação para os gays entre as décadas de 80 e 90, conquistou uma legião de fãs e seguidores, tornou-se uma DIVA e referência na arte do transformismo. Mesmo com seu grave problema de saúde, osteomielite e diabetes, o que a fez abandonar para sempre os saltos altíssimos que usava, Lorna transformou sua doença em mais um ato teatral, no palco brinca e debocha de sua própria condição. Emocionante, divertido e com uma roupagem dinâmica, com certeza um filme que vale muito a pena assistir.
Rian Córdova; Lorna Washington e Leonardo Menezes
Foto: Igor Mota
O documentário marca a estreia da produtora Guaraná Conteúdo no mundo do cinema, com direção, produção executiva, roteiro e fotografia da dupla Leonardo Menezes e Rian Córdova, trailers e finalização de Xavi Cortés, produção de Conceição Gomes, Denílson Vieira e Mario Carvalho, montagem de Luisa Breda e motion graphics de Marcelo Antônio.
O filme revisita o início da consciência gay, a arte do transformismo e o surgimento da AIDS, através de entrevistas com várias personalidades, tais como Rogéria, Isabelita dos Patins e Milton Cunha, que a bem definiu no documentário como: “Lorna é um caldeirão cultural do Brasil”.
Isabelita dos Patins e Samantha Alucardd
Foto: Igor Mota
O filme foi selecionado para concorrer na categoria Média Documentário com outros 09 filmes de diversas partes do Brasil, no gênero de filmes brasileiros de ficção e documentário do Rio Festival de Gênero & Sexualidade no Cinema 2016. O festival tem como objetivo estimular a produção de filmes de gênero e sexualidade brasileiros, mostrar as melhores obras produzidas internacionalmente nos últimos anos e contribuir para a formação de público e para a contextualização da produção recente, através da programação de mostras selecionadas.
Além do filme de Lorna, não posso esquecer de mencionar que a noite foi contemplada também, com a exibição do longa documentário, 'Vida de Rainha', com direção da talentosa, corajosa e muito fofa, Luciana Avellar, e produção de Antônio Kvalo. Vida de Rainha conta a trajetória dos artistas Transformistas e Drag Queens na cidade do Rio de Janeiro. Da sua origem nos anos 60, passando pela chegada do nome Drag Queen até as discussões atuais de desconstrução de gênero e web. E não é que Lorna tava nesse filme também dando pinta!? Risos.
Foto: Igor Mota
Quem não foi à estreia no Odeon, ou foi e não conseguiu entrar porque estava lotaaadooo, não precisa se desesperar, ainda dá tempo de assistir Lorna na telona, veja os locais e datas no final do texto, porque agora vou falar de outra atividade artística do diretor, produtor e roteirista do filme, Rian Córdova.
Não é apenas o amor à sétima arte que energiza a veia artística de Rian, ele também canta e compõe, e acabou de lançar o seu primeiro clipe, um dos que faz parte de uma trilogia que tem como fio condutor a militância cultural audiovisual gay, o Movimento Desligue o Carão! E unindo o útil ao agradável, Rian vai aproveitar a data de encerramento de exibição de seu filme no Rio Festival Gênero & Sexualidade no Cinema, para lançar o WE QUEER FESTIVAL nesta sexta-feira (15/07) no TvBar em Copacabana.
O objetivo do festival é dar visibilidade, proporcionar encontros e trocas de material (artes plásticas) e consciência artística (poesias, músicas, performances etc.) no meio LGBT. Com o intuito de promover o (re) conhecimento entre diferentes e iguais do potencial artístico que a população LGBT tem, mas que é totalmente discriminado das mídias oficiais, apenas uma pequena (pequena meesssmmmooo) parcela dessa população alcança as grandes mídias e ganham visibilidade. Para matar a curiosidade sobre o clipe acesse https://www.facebook.com/desligueocarao/videos/640354376117338/

Para saber o que + vai rolar, segue abaixo a ficha do evento e logo após o serviço do filme. Então... Se joga que o mundo é belo, e ser feliz é a nossa única obrigação nesta vida!

We Queer Festival

Shows e/ou Performances:
Lorna Washington
Rian: Desligue o Carão
Marcela do Nascimento
House Of Kínisi


Dj sets:
Greg
Vino
Ber Back


15/07 - sexta-feira – 23h
TvBar - Av.N.Sra.Copacabana, 1417/A - Copacabana
Entrada: R$ 26,00 até meia-noite - R$ 35,00 depois de meia-noite.



Filme – ‘Lorna Washington - Sobrevivendo a Supostas Perdas’
Brasil I Rian Córdova e Leonardo Menezes I 48min I 2016

Quinta-feira - 14/07 - 13:00h - Espaço Cultural do BNDES - Entrada Franca
Sexta-feira - 15/07 - 19:00h - Centro Cultural Justiça Federal - CCJF - R$ 8,00
Sexta-feira - 15/07 - 21:00h - Cine Joia Rio - R$ 20,00
http://www.riofgc.com/LOCAL2016.html  
E aí Indica Este Evento


terça-feira, 5 de julho de 2016

Sarau Preto Mulheres

Colaboração de Paulo César Alcântara e Phill Araújo

Mombaça - Foto: Fábio Seabra
Sarau Preto – Mombaça e Convidados - O evento é braço do movimento cultural e artístico Vem Vencer Contra o Racismo. O objetivo é destacar, exaltar e revelar a produção lítero-musical e poética de compositores e poetas notadamente negros, com intervenções artísticas transversais nos campos das artes plásticas, dança, audiovisual, moda, fotografia, cinema, teatro, televisão e estética negra.
Na segunda edição do evento, elegantemente conduzida pela belíssima atriz Lica de Oliveira, e pelo multimídia Atleta Olímpico + Ator + Jornalista + DJ, Robson Caetano.
As atrações começaram com a apresentação de Millor Ferreira, o Homem Banda, que com grande maestria e coordenação motora deu um show. Nesta edição foram homenageados Jackson do Pandeiro e Carolina de Jesus, a poeta do lixo, que foi lembrada pela belíssima performance do ator, Wilson Rabello, no monólogo O luxo do lixo. E ainda, tivemos o prazer de ver e ouvir o baterista e percussionista, Robertinho
Robertinho Silva - Foto: Fábio Seabra
Silva. No mezanino, a exposição de fotos “Black Faces” de Marta Azevedo, e, Renato Noguera, filósofo e escritor, com seus livros infantis “Nana e Nilo”, eram as atrações mais que imperdíveis.  
Foto: Fábio Seabra
Já no segundo andar (que contando com o mezanino, transforma-se em terceiro) acontecia a Feira Afro-Brasileira, que valoriza e empodera afro-empreendedores, sob a curadoria de Vanuza Soares da Boutique Obinrin Asegun.
Um dos momentos marcantes da noite, foi a apresentação de BlackYva, estudante de Artes Cênicas da Martins Pena, com sua irreverência, sem perder a ‘classe’, teve o público presente em suas mãos, ao através de versos, brigar por uma igualdade de gêneros e o fim da discriminação de classes sociais. Com a frase: “O que tu, ta fazendo aqui? Estou resistindo para não te servir!” Lacrou a noite! 
BlackYva - Foto: Fábio Seabra
Como em todas as edições, o encerramento do sarau ficou por conta do baile Charme comandado pela DJ/VJ Bieta e de Robson Caetano em sua nova atividade de DJ.
Agora, nesta quinta-feira – 07/07 – a partir das 20h – no Teatro Odisséia, quem perdeu a edição anterior terá a oportunidade de conferir e se divertir com o Sarau Preto Mulheres – Mombaça e ConvidadAS - Especialmente nesta 3ª edição, o Sarau Preto vem sob a visão estética, social e política literalmente feminina.
Desde 1962, em uma Conferência das Mulheres Africanas na cidade de Dar es Salaam – Tanzânia – África Oriental, celebra-se no dia 31 de julho o Dia Internacional da Mulher Africana. A comemoração celebra a luta e conquistas dessas mulheres africanas, que já passaram pelo regime escravocrata, tráfico de mulheres para outros continentes; obrigatoriedade do uso de burkas em algumas regiões, mutilação genital, violência familiar e, ainda, escassez de instrução. Depois de mais de cinqüenta anos de comemoração, ainda hoje as reivindicações e debates seguem a mesma linha, sobretudo, o papel da mulher na reconstrução da África. Essas mulheres buscam melhoramentos na educação, abertura no mercado de trabalho, informação, valorização, respeito, paz e democracia.
Robson Caetano - Foto: Fábio Seabra
Em 25 de julho de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana no Caribe, foi instituído pela ONU o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Aqui no Brasil, o objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras. Construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.
Assumindo essa luta feminina pra si, a Terceira Edição do Sarau Preto abre as comemorações do Dia Internacional da Mulher Negra Afro-Latino-Americana-Caribenha. Totalmente dedicado as mulheres, o Sarau Preto Mulheres – Mombaça e ConvidadAS. Homenageando e enaltecendo as guerreiras negras de todos os setores culturais de nossa sociedade brasileira, o Sarau Preto homenageará a grande atriz, Ruth de Souza
Fábio Seabra e Haroldo Costa
Ruth Pinto de Souza nasceu no Rio de Janeiro. Até aos 09 anos de idade viveu numa fazenda em Minas Gerais. Com a morte do pai, ela e a mãe voltaram a morar no Rio, em uma vila, no bairro de Copacabana. É aqui que ela se interessa pelo teatro e, em 1945, ingressa no Teatro Experimental do Negro, grupo liderado por Abdias do Nascimento. Ela abriu caminho para o artista negro no Brasil, tendo sido a primeira atriz negra a subir ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro com a peça “O Imperador Jones”, de Eugênio O'Neill. No cinema, sua última atuação foi em ‘Filhas do Vento’ – (2005), seu último trabalho na TV foi no seriado ‘Na Forma da Lei’ – (2010) da Rede Globo.
Além dessa bela e justa homenagem à Ruth de Souza, o Sarau contará também com as presenças já confirmadas de:
Mart'Nália e Mombaça 
Conceição Evaristo - Mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. A obra foi traduzida para o inglês e publicada nos Estados Unidos em 2007.
Elisa Lucinda - Poeta, jornalista, cantora e atriz. Mulata de olhos verdes, Elisa Lucinda é uma brasileira de origem ítalo-luso-africana, nascida em Cariacica, no Espírito Santo, um dos estados de maior diversidade étnica do país. Em 2012, foi homenageada pela escola de samba Independente de Boa Vista, do Carnaval de Vitória, a qual se localiza no município onde nasceu, Cariacica. Lucinda é admirada pela marca inconfundível de seu trabalho como atriz de telenovelas na Rede Globo, como ‘Mulheres Apaixonadas’, ‘Páginas da Vida’, ‘Insensato Coração’ e ‘Aquele Beijo’. Fez várias apresentações teatrais, com declamação de seus poemas, e algumas com a participação especial de Paulo José. A atriz, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho tem desenvolvido o projeto «Palavra de Polícia, Outras Armas», onde ensina poesia falada a esses profissionais de segurança, alinhando-os aos princípios dos direitos humanos, removendo e transformando antigos modos operacionais em relação ao gênero e a raça. Elisa Lucinda é considerada a artista da sua geração que mais populariza poesia.
Lica Oliveira - Foto: Fábio Seabra
Lica Oliveira – Mestra de Cerimônia do Sarau. Atriz, jornalista, modelo e ex-jogadora de vôlei. Além disso, a atriz também é locutora de rádio. Uma das musas da Praia de Ipanema e da Seleção Brasileira de Vôlei, com participação em duas Olimpíadas (Los Angeles em 1984 e Seul em 1988, época em que ainda era conhecida como Eliani Oliveira). Entre 2009-2010, participou da novela ‘Viver a Vida’, vivendo Edite, mãe da protagonista, a top model Helena (Taís Araújo) e da problemática Sandrinha (Aparecida Petrowky). Lica Oliveira foi indicada para o prêmio "Troféu Raça 2009", na categoria de atriz revelação, por sua atuação na novela Viver a Vida.
Maria Ceiça – Diretora Artística desta edição do Sarau. Atriz, cantora e apresentadora, nascida na cidade do Rio de Janeiro e com respeitável carreira no teatro, no cinema e na televisão. Formada pela Escola de Teatro Martins Pena, começou a sua carreira profissional em 1989, na Rede Globo, com a novela Pacto de Sangue. Desde então, atuou em várias novelas pela Rede Globo e pela Rede Record, interpretando personagens que ficaram no inconsciente do público brasileiro e lusófono, tais como a Tuquinha Batista de "Felicidade" ou a Márcia de "Por Amor". Atuou em vários filmes, entre os quais importantes produções brasileiras e internacionais, como ‘Filhas do Vento’ (Brasil), vencedor de 6 Kikitos no Festival de Gramado, ‘Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro’ (Brasil), ‘O Testamento do Sr. Napomuceno’ (Cabo Verde), vencedor do Kikito de melhor Filme no Festival de Gramado de 1997, ‘Se Eu Fosse Você’ (Brasil), assim como no principal papel feminino do filme ‘O Herói’ (Angola), vencedor do Grande Prêmio no Sundance Festival, de 2004.
Dentro das atividades que acontecerão no Sarau Preto Mulheres teremos também as presenças de Flávia Oliveira, Luciana Barreto; Elisa Queirós entre outras grandes personalidades a confirmar, e ainda:
  • Exibição do Curta ‘Kbela’ de Yasmin Thayná.
  • Roda de Conversa com Luciana Barreto sobre o filme Kbela.
  • Leitura Dramatizada com Wilson Rabello e Maria Gal.
  • Lançamento do livro de Conceição Evaristo.
  • Feira afro-brasileira.
  • Sarau com Mombaça e ConvidadAS acompanhados pela Banda Preta.
  • Baile Charme com DJ Bieta.
O Sarau Preto acontece a mais de três anos no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil. A ideia surgiu da necessidade de dar maior visibilidade à produção intelectual e artística dos afro-brasileiros de maneira simples, elegante, orgânica. Uma coisa de preto pra preto, ou para os que preferem uma coisa mais americanizada, black to black. Então, tome uma atitude, vá ao Sarau Preto!



07 de julho – quinta-feira – 20h
Teatro Odisseia
Avenida Mem de Sá, 66 – LAPA
Entrada: R$ 20,00 / Lista amiga - R$ 10,00 (E-mail: producao@mombaca.mus.br até 06/07).
Contatos e Informações: +55 (21) 99853-3768/ 98728-2773 / 99914-3401
imprensa@saraupreto.com.br / ceicao_gomes@yahoo.com.br
Classificação: 18 anos