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domingo, 26 de abril de 2015

Salve Jorge!

          
São Jorge interpretado pelo ator Alexandre Machafer
Fotógrafo Pedro Mattos 
Dia 23 de abril, Igreja de São Gonçalo no Centro do Rio (muitos não sabem, mas a igreja é de São Gonçalo e não de São Jorge, a do santo guerreiro fica em Quintino, subúrbio carioca) uma multidão deixou a porta da igreja e arredores intransitável, era a festa do santo católico mais popular do Rio de Janeiro, mais até do que o santo padroeiro da cidade, São Sebastião. São Jorge para os cariocas é quase um parente, faz parte da vida familiar e cotidiana da maioria independente da religião, na Umbanda ele é Ogum, mas é a imagem católica do santo que ocupa os altares do culto de matriz afro-brasileira, diferentemente do candomblé, mas isso é outra história. Vamos voltar ao início do parágrafo, a multidão se acotovelava para assistir às missas, rezar, pagar promessas, pedir proteção e pela primeira vez assistir o Auto de São Jorge – O Santo Guerreiro, uma parceria entre a Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro e a Fundação Cesgranrio, cabendo a primeira a Promoção e a segunda o Patrocínio.
D.Orani Tempesta e Carlos Alberto Serpa
Fotógrafo Pedro Mattos
Segundo Carlos Alberto Serpa, presidente da Fundação Cesgranrio, que estava presente junto com Dom Orani João Tempesta (Cardeal e Arcebispo do Rio de Janeiro), a iniciativa tem o objetivo de melhor apresentar aos cariocas a cultura e a fé católica, e estimular a aproximação da Igreja Católica com o povo, por meio de manifestações culturais e religiosas, através de uma linguagem de fácil entendimento. A ideia do espetáculo, é que ele reforce o culto a esse histórico personagem da Igreja e resgate a fé dos católicos. E olha, o santo fez sua parte em relação ao resgate da fé, porque por volta das 16 horas começou uma chuva fina, que engrossou bem por volta das 17h, o que fez algumas pessoas comprarem capas, guarda-chuva e em alguns o pensamento de desistência, mas... às 18h iniciou o evento, o Coral Allegro, sob a regência do Maestro Ricardo Magno, subiu ao palco montado na Av.Presidente Vargas, esquina com a Praça da República, e com seu doce canto a chuva foi perdendo a força até que parou no exato momento em que começou o auto, encenado por quatorze artistas, alunos e ex-alunos da Oficina de Atores da Cesgranrio, e dirigido por Márcio Fonseca.
Coral Allegro - Fotógrafo Pedro Mattos

         Alternando momentos históricos da vida do santo, como sua conversão e morte. Apresentaram a história do jovem Jorge, capitão-general (por isso ele é o padroeiro da Cavalaria do Exército Brasileiro) da Guarda do Império Romano, que desafiou o Imperador Diocleciano, o Imperador Dragão, que exigia de todos a sua volta que venerassem seus Deuses Romanos e a eles oferecessem sacrifícios. Jorge foi até o Imperador e disse não concordar com tal ordem e mais, declarou perante todos ser cristão, o imperador tentou dissuadi-lo de todas as formas, porque Jorge era um dos seus melhores Tribunos, primeiro ofereceu-lhe terras, dinheiro e escravos, depois o torturando de várias formas, mas como a fé em Cristo de Jorge não se abalava, causando com isso muitas conversões, Diocleciano mandou degolá-lo em 23 de abril de 303. A encenação teve uma abordagem em cima da realidade de jovens cariocas que vivem em comunidades, que buscam maneiras de fugir do preconceito e terem seus direitos de cidadania garantidos.
Imperador 'Dragão' e Família - Fotógrafo Pedro Mattos
Imperador Diocleciano interpretado
pelo ator Ricardo Soares

Fotógrafo Pedro Mattos


São Jorge sendo degolado
pelo Imperador Diocleciano

Fotógrafo Pedro Mattos

       














Foi um belo espetáculo, a tríade história/fé/realidade ficou clara e de fácil entendimento, sem falar na produção visual e artística que ficou de altíssimo nível, aliás, quem assina Adereços do espetáculo é o nosso amigo/colaborador, Rogério Madruga, já está se tornando figura permanente nas nossas matérias. Parabéns amigo, belíssimo e sensível trabalho! Os nossos parabéns e agradecimentos ao também nosso amigo/colaborador, Fotógrafo Pedro Mattos. Assistam ao vídeo da apresentação do Coral Allegro e do Auto de São Jorge na nossa página do facebook: https://www.facebook.com/ceicaogomes.blogspot.com.br/videos
Garoto Jorginho e Velho Guma - Interpretados por
José Vilaça e Flávio Back

Fotógrafo Pedro Mattos
Elenco sob aplausos do público
Fotógrafo Pedro Mattos


      

terça-feira, 21 de abril de 2015

Black is Beautiful!

Fiquei muito triste ontem ao ler alguns comentários preconceituosos e racistas na página de um amigo numa rede social. Mas, como diz o dito popular: "Quando a vida fecha uma porta, Deus abre uma janela", hoje, fui agraciada e acalentada pelo vídeo que assisti de uma menina de apenas 08 anos de idade. Carolina Monteiro revitalizou minha fé e esperança na humanidade, por este motivo pedi licença à equipe do E aí?! para dividir com voces essa esperança de um mundo melhor futuramente através do conceito de beleza de uma menina. Esse é apenas um dos vários vídeos da Carolina, se puderem assistam a todos, e aproveitem suas dicas literárias, são ÓTIMAS!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Elza Soares + Plumas & Paetês = Não Existe Mais Quente...



          O E aí?! teve o privilégio de poder assistir ‘in loco’ a 11ª Edição do Prêmio Plumas & Paetês Cultural, no sábado último, na Cidade do Samba. Esse prêmio é uma homenagem aos artífices e profissionais do carnaval, são aderecistas, carpinteiros, desenhistas, ferreiros, pintores e etc., profissionais que anonimamente fazem o carnaval do Rio de Janeiro acontecer (este ano foram também homenageados os profissionais do carnaval de Vitória/ES), sem distinção às séries dos desfiles, do grupo Especial ao grupo de Acesso D todos são observados e escolhidos por um corpo de jurados organizado e estabelecido pelo Plumas, estes jurados têm livre acesso aos barracões no período de desenvolvimento dos enredos, e também, livre acesso na Sapucaí nos dias de desfiles. Uma linda e justa iniciativa de José Antônio Rodrigues à frente da direção do Plumas & Paetês Cultural, nessas onze edições já premiaram 645 profissionais. 
Elza com Prêmio
Foto de Marcos Mello
     Todo ano antes da premiação é apresentado um espetáculo que homenageia um nome ou nomes significativos do samba, como o Donga, Chiquinha Gonzaga, as Cantoras do Rádio, e nesta última edição a homenageada foi Elza Soares, reconhecida pela BBC de Londres como a ‘VOZ DO MILÊNIO’, mas pra nós brasileiros, é o link imediato e fidedigno com a Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, com o jogador de futebol Garrincha, da voz rasgada e poderosa, e das pernas mais cobiçadas na década de 90. A Cia de Arte Plumas & Paetês Cultural apresentou o espetáculo “Elza” com direção artística de Ruidglan Barros e Gilmar Oliveira, foi um giro compacto de grandes sucessos de Elza somados à coreografia criada por Ruidglan Barros (com contribuição de Aline Lima) e excelentemente executada pelos bailarinos da Cia, foi um momento de beleza plástica associada a cenas impactantes, principalmente a encenação da música A Carne (sensacional, choquei!), a emoção tomou conta da presente homenageada, e tão clara ficou sua emoção que Elza presenteou a platéia de premiados e celebridades do mundo samba cantando a cappella ‘O Meu Guri’ de Chico Buarque de Hollanda, e ao terminar a canção disse Elza: “- Gente são 14 pinos na coluna, mas a voz continua intacta”. E está mesmo, simplesmente perfeita. 
Equipe Administrativa do Plumas&Paetês Cultural
Foto de Marcos Mello
      Aproveitei a oportunidade e perguntei a Elza qual teria sido a pedra mais difícil de transpor em sua trajetória, e ela respondeu que o preconceito foi a pedra no sapato que mais incomodou, mas aí em certa altura da vida pensou e decidiu: “- O preconceito só me incomoda, se eu me incomodar com ele, então... parei de me incomodar!”.E assim, com essa frase da Deusa Elza Soares, concluo esta matéria ainda extasiada com a beleza, emoção e profissionalismo que presenciei e compartilhei, aliás, falando em compartilhar aproveito o ensejo para agradecer aos parceiros/colaboradores do E aí?! 
 
Rogério Madruga - Aderecista
Fotógrafo Pedro Mattos
      Paulo César Alcântara - Professor, escritor e produtor cultural; Tiago Ribeiro - Editor e jornalista responsável da revista Plumas & Paetês Cultural; Rogério Madruga - Artista plástico, ator integrante da Cia de Arte Plumas & Paetês e premiado na categoria Aderecista da GRES Beija-Flor de Nilópolis; Fotógrafo Pedro Mattos e André Rola - Web designer e fotógrafo, sem voces nada teria sido possível com a maestria, facilidade e sucesso que foi. Muito Obrigado! E voce leitor se quiser saber mais sobre o trabalho desenvolvido pelo Plumas & Paetês Cultural, é fácil, dá para acessar o site aqui pelo blog, é só clicar na página deles aqui do lado direito da tela em ‘Parceiros’. Até a próxima!


Rosa Magalhães - Carnavalesca e Pesquisadora
(São Clemente)
Fotógrafo Pedro Mattos





Cid Carvalho - Carnavalesco (Vitória/ES)
Fotógrafo Pedro Mattos





















Fantasia Destaque Luxo de Fabíola Abrahão David
Fotógrafo Pedro Mattos
Carlinhos do Salgueiro - Coreógrafo (Aprendizes do Salgueiro); Mestre Manoel Dionísio (Escola de Mestre-Sala e Porta-Bandeira); Lincon Rodrigues e Taciana Couto - Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Pimpolhos da Grande Rio) Marcos Roza - Pesquisador (Vitória/ES)
Fotógrafo André Rola



Jornalista Conceição Gomes tietando Elza Soares
Fotógrafo Pedro Mattos
Cia de Arte Plumas&Paetês Cultural
Fotógrafo André Rola

segunda-feira, 6 de abril de 2015

As Letras a Serviço da Criatividade

         Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, em janeiro de 2001 foi aprovada a Lei 10172 em que regularizou o Plano Nacional de Educação, dentre as diretrizes e objetivos deste plano incluía-se o desafio de oferecer uma educação compatível na extensão e qualidade à dos países desenvolvidos. Na época, correram boatos de que esse plano nasceu da necessidade política do Brasil em participar da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), fechando um acordo de facilidades alfandegárias entre 34 países, dando fim ao bloqueio econômico que sofriam dos EUA. Especulava-se que Bill Clinton e sua equipe não acreditavam no potencial econômico comercial do Brasil de FHC, porque não viam futuro numa comercialização basicamente tecnológica para um país que seguia um triste histórico de alto índice de analfabetismo. Realmente, se pensarmos por esse lado, como consumir computadores, celulares, tablets etc. sem saber ler e escrever? Daí veio a solução pautada na NÃO REPROVAÇÃO escolar nos ensinos infantis e fundamentais, tentando assim erradicar a evasão escolar, e mais, travou-se uma forte campanha para os adultos semi e analfabetos até então, que voltassem às salas de aulas, o país necessitava de uma população que pudesse consumir os produtos impostos pelos EUA.
         A ideia na teoria era, e, é ótima, pois, ‘povo que recebe educação é um povo cidadão e apto para exigir seus direitos’. Porém, anos a fio de falta de investimentos e vontade política, não podem ser resolvidos da noite pro dia, moral da história, hoje temos um alto índice, não de analfabetos como antes, mas, sim de analfabetos funcionais, ou seja, aqueles que lêem e escrevem, mas não conseguem compreender, é quase um autômato, ele lê, mas não sabe o que leu. Em 2005, o IBOPE relatou que 75% da população brasileira está inserida no quadro de Analfabetismo Funcional, e é fácil validarmos esses dados, basta prestarmos atenção nos posts dos Facebbok’s e What’sApp’s da vida.
         Bom, relatei tudo isso porque fiquei muito feliz, ao ver uma luz no fim do túnel, calma, vou explicar direitinho. Faço parte daquele pequeno grupo de pessoas que acreditam no “Faça a sua parte”, só reclamar do governo atual não adianta, tem que contribuir para melhorar o que está ruim ou deficiente, e claro, se informar e pensar muito na hora de votar. Mas, voltando à iniciativa que me deixou mega feliz, mesmo com esse quadro triste de analfabetos funcionais e da tecnologia que pode lhe proporcionar ler esta matéria no seu celular, tablet ou laptop, por exemplo...Duas amigas que se conheceram no final da década de 90, na faculdade de Letras em Petrópolis, quinze anos depois se reencontraram, hoje, Rita Tré Becker, pós-graduada em Língua Portuguesa e Rebeca L’Gall, pós-graduada em Gestão Escolar, colocaram em prática o sonho que acalentavam desde a faculdade, dessa parceria nasceu a Ideia e Ideais Editora, e exatamente por tudo isso que falei até agora, não tinha como não entrevistá-las e saber o que as motivou e o que esperam desse novo projeto.

Com a globalização digital que assola o mundo, porque abrir uma editora, e mais, porque abrir uma editora em um país que ainda mantém um número considerável de analfabetos, e pior, apresentando hoje um número maior ainda de analfabetos funcionais?
Rita Tré Becker
R/R: Porque o livro físico não morrerá jamais e a Ideia e Ideais Editora acredita que o número de adeptos ao livro aumentará, não só pelo nosso ideal, mas, também, pelos dados estatísticos da SNEL (sindicato nacional dos editores de livros). 

De 1964 a 1968, período da ditadura instaurada pelo golpe militar no Brasil, apreendeu-se, coagiu-se e censurou-se a publicação de livros e revistas. De onde vêm a esperança e a determinação, hoje, em tocar um projeto tão desestimulado pelos governos posteriores à ditadura militar?
R/R: Honestamente, não nos preocupamos com desestímulos de quaisquer origens, acreditamos sim na transformação positiva que o livro permite.

Rebeca L'Gall
Com o momento político atual do país, foi fácil ou difícil abrir a Editora?
R/R: Abrir todo e qualquer negócio não é fácil, porque se trata de responsabilidades, porém, quanto à burocracia, não houve dificuldade.

Qual o objetivo desejado com o projeto “Contos Reunidos”? Qual o público-alvo pretende-se alcançar?
R/R: Incentivar a criação literária, divulgar novos autores, trazer à superfície lembranças e ensinamentos e recuperar valores fundamentais em decadência.
Quantos e quais segmentos literários já fazem parte da composição/acervo da Ideia e Ideais Editora?
R/R: A Ideia e Ideais Editora é nova, tem dois meses de vida. O primeiro título/lançamento será o Projeto Contos Reunidos – Uma Nova Leitura de Vida.
 Quando e onde será a inauguração da Ideia e Ideais Editora? Já existe o livro lançamento? Qual?
R/R: A inauguração/lançamento da Ideia e Ideais Editora será em 25 de julho de 2015, Dia do escritor, na Sala Cinema do 32 BIL, em Petrópolis – RJ, em horário a ser confirmado. O primeiro título/lançamento será o Projeto Contos Reunidos – Uma Nova Leitura de Vida.

Como, e, em quê o E aí? pode ajudar a Ideia e Ideais Editora? O que desejam de nós?
R/R: Divulgar a Ideia e Ideais Editora é divulgar a Cultura, a Educação e os Novos Autores. Acreditamos que o E aí?  Tem esse perfil.


Muito obrigado pelo carinho Rita e Rebeca, nós do E aí?! estaremos sempre prontos para ajudarmos no que for preciso, para que a Ideia e Ideais Editora tenha vida longa, e manter acesa a chama utópica de um Brasil consciente, conhecedor e detentor de seus direitos e deveres garantidos. Quem se interessar em fazer parte do Projeto Contos Reunidos, ou pensa em ser um novo autor da Ideia e Ideais Editora, entre no site por aqui mesmo, basta ir na coluna aqui da direita em 'Parceiros' e clicar na editora, vamos gente, coragem! Viva a leitura!